Devido à crise do coronavírus, escolas e universidades ao redor da Irlanda foram fechadas, muitas delas migrando suas aulas para plataformas online.
Com as restrições de viagem, estudantes estrangeiros deixaram de vir à Irlanda, enquanto outros foram impossibilitados de voltar para casa. Muitos estudantes tiveram sua situação financeira agravada com a perda do emprego e, no caso dos brasileiros, a moeda super desvalorizada.
Como já mostramos aqui no oi.ie, uma pesquisa revelou que a maioria dos alunos de escolas de idioma na Irlanda não receberam qualquer tipo de devolução dos valores pagos, e muitos estão sem dinheiro, vivendo em condições precárias e sem direito a receber qualquer auxílio do governo.
Para piorar, muitos estudantes – estrangeiros e irlandeses – tiveram que sair de seus apartamentos ou quartos alugados, mas não receberam nenhum reembolso dos proprietários. Segundo reportagem do Irish Examiner, alguns dos apartamentos são em residências das próprias universidades, e já foram pagas antecipadamente.
A União de Estudantes da Irlanda (USI) diz que esta situação está colocando uma enorme pressão sobre os alunos, deixando-os “extremamente estressados”. Muitos acreditam que não poderão estudar no próximo ano devido à falta de dinheiro.
A situação financeira das universidades também não é boa. Com a falta de estudantes internacionais, as universidades irlandesas deixarão de arrecadar cerca de 181 milhões de euros no próximo ano. A Irish Universities Association (IUA) estima que mais de 80% dos estudantes estrangeiros, principalmente de países como China e Índia, não conseguirão frequentar as aulas em setembro.
O reflexo já é visto no aumento das candidaturas para bolsas de estudo na Irlanda. A Student Universal Support Ireland (Susi), instituição responsável por financiar o estudo dos alunos, registrou mais de 10 mil submissões em um único dia, e mais de 30 mil já haviam se inscrito até o fim da primeira semana. O total de candidaturas no ano passado foi de 96 mil.
No Brasil, o setor de intercâmbios estima uma queda de 75% a 80% na procura por este tipo de programa, segundo a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta). De acordo com a Medida Provisória 948, agências brasileiras de intercâmbio são obrigadas a reembolsar o cliente em até 12 meses em casos de cancelamento, ou oferecer créditos para a remarcação da viagem. As agências também devem dar suporte aos intercambistas para se manter ou regressar ao país de origem.