Um grupo de brasileiros que mora em Dublin recebeu uma ordem de despejo neste fim de semana, mesmo com o decreto do governo que impede a expulsão de inquilinos durante a crise do coronavírus.
O grupo de quatro estudantes dividia um apartamento de dois quartos em Blackrock, subúrbio de Dublin. Na metade do mês, os moradores receberam um aviso pedindo para que desocupassem o imóvel até o fim do mês, pois o aluguel não havia sido pago por completo.
Segundo o Irish Times, havia sete moradores no apartamento – três em um quarto e quatro no outro. No entanto, três deles saíram durante a pandemia, deixando os outros quatro responsáveis por pagar o aluguel todo.
A brasileira Carine Queiroz, uma das moradoras, disse que “quando mudou-se para a casa, ninguém lhe avisou que se tratava de um aluguel da propriedade inteira”, ela pagaria apenas pelo seu quarto. No entanto, parece que o combinado não foi cumprido pela agência. Carine disse que tentou entrar em contato com a empresa, mas ainda não obteve resposta. Ela mudou-se para o apartamento em março, após perder seu emprego como au-pair devido à quarentena. Atualmente, ela trabalha na Centra, uma rede de supermercados da Irlanda, e paga o valor do aluguel para outro morador, que fez o contrato com a agência.
Em mensagens enviadas pela GL Accommodation, a agência diz que o valor devido aos moradores que saíram seria descontado da caução, para que os estudantes não tivessem que arcar com os custos. O dono do apartamento teria se negado a diminuir o valor do aluguel.
O decreto do governo que proíbe despejos e aumentos de aluguéis foi prolongado até o dia 20 de julho, para que “as pessoas possam ficar em suas casas durante o período de emergência”, disse um porta-voz do Departamento de Moradia.
Pessoas com dificuldade na comunicação com proprietários de imóveis podem entrar em contato com a RTB (Residential Tenancies Board) ou com a Threshold, órgãos dedicados a defender os direitos dos inquilinos e resolver conflitos relacionados a aluguéis.