Muitos associam o Halloween com símbolos como bruxas, abóboras e doces, mas a verdadeira origem da data é muito antiga e tem suas raízes na Irlanda, em um antigo festival chamado Samhain.
O Samhain, que significa “fim do verão” em gaélico, era celebrado no dia 1º de novembro, marcando o fim da temporada de colheitas e o início do inverno. Os celtas acreditavam que, neste período, as fronteiras entre a vida e a morte se abriam, e os espíritos dos mortos voltavam à Terra.
Era comum deixar oferendas aos espíritos, como forma de agradecer a colheita e garantir a sobrevivência durante os meses de inverno. Além disso, grandes fogueiras eram acesas, pois acreditava-se que o fogo e a fumaça afastavam os maus espíritos da Terra.
Em alguns lugares, as pessoas passavam de casa em casa, recitando versos e músicas em troca de comida, geralmente usando máscaras e disfarces. Segundo historiadores, essa era uma forma de personificar os espíritos que, segundo a antiga crença, exigiam uma recompensa em troca de prosperidade.
Tudo mudou com a chegada da Igreja Católica na Irlanda. Em uma tentativa de afastar as tradições pagãs, o Vaticano transformou a data em um feriado cristão. O dia 1º novembro passou a ser conhecido como o “Dia de Todos os Santos”, ou All Hallow’s Day. A véspera, no dia 31 de outubro, era conhecida como All Hallows’s Eve (ou noite de Todos os Santos). Com o tempo, All Hallows’ Eve foi encurtado e virou Halloween, e a data incorporou muitas das antigas tradições pagãs.
Foi graças à grande onda de migração de irlandeses no século 19, principalmente após a Grande Fome da década de 1840, que o Halloween chegou aos Estados Unidos e ganhou fama mundial. Junto consigo, os imigrantes irlandeses levaram algumas das tradições típicas do Halloween, como a brincadeira de pescar maçãs, e o costume de passar de casa em casa para pedir comida ou dinheiro – o que deu origem à versão moderna do trick-or-treating, o famoso “doces ou travessuras”.
No início, as brincadeiras eram inofensivas. Mas, aos poucos, o vandalismo foi tomando conta. Moradores e comerciantes passaram a dar doces às crianças para que elas não destruíssem as propriedades. Assim, elas passavam de casa em casa “extorquindo” os moradores.
A partir da década de 50, o Halloween ganhou um formato mais familiar, com brincadeiras para as crianças e integração entre os membros da comunidade. Hoje, o Halloween é celebrado no mundo inteiro e faz parte do imaginário coletivo. Estima-se que, só nos Estados Unidos, são gastos mais de 6 bilhões de dólares por ano em fantasias, decorações, doces e outros itens, fazendo do Halloween o segundo feriado mais comercializado do país, atrás apenas do Natal.