Graças à tecnologia, muitos trabalhadores passaram a trabalhar remotamente durante a pandemia. Porém nem todos empregos oferecem esta possibilidade.
Este é o caso de profissionais da saúde, funcionários de supermercados e outros trabalhadores essenciais, que arriscam suas vidas para servir à população. Ao mesmo tempo, muitos trabalhadores “não-essenciais”, que não podem trabalhar de casa, estão perdendo seus empregos em setores como varejo, turismo e hospitalidade.
Um estudo intitulado Who Can Work from Home in Ireland, feito pela ESRI, aponta algumas desigualdades do trabalho remoto no país, e discute como o home office pode evitar que mais irlandeses percam seus empregos no futuro.
Trabalho remoto na Irlanda
Antes da crise do Covid-19, cerca de 14% dos trabalhadores da Irlanda trabalhavam remotamente. A taxa é maior que a média da Europa, sendo o 11º país do continente com mais trabalhadores remotos. O ranking é liderado pela Suécia, onde a taxa de trabalhadores remotos chega a 30%.
Na Irlanda, o setor em que o trabalho remoto é mais comum é o de educação, com 37% dos funcionários trabalhando de casa, seguido pelo setor de tecnologia (36%) e finanças (25%). No fim da lista estão os setores de varejo (7%), transporte (7%) e hospitalidade (2%).
Desigualdade
Os dados mostram que boa parte dos trabalhadores essenciais ganham salários baixos, e muitos destes são mulheres e/ou pais solteiros, o que dificulta o cuidado com os filhos, já que escolas e creches estão fechadas.
Além disso, a incidência do trabalho remoto é bem menor entre mulheres, estrangeiros, jovens (abaixo de 30) e profissionais em cargos inferiores, expondo uma grande desigualdade entre os funcionários de um mesmo setor.
Segundo Paul Redmond, co-autor do estudo, é preciso aumentar a capacidade de trabalhar remotamente na Irlanda, principalmente entre trabalhadores de baixa renda, o que ajudaria o país a manter os empregos e diminuir o impacto econômico da crise.