Notícia

Quem inventou o pênalti? Um irlandês. Conheça essa curiosa história

pênalti, futebol
Penalty by Ronnie McDonald. CC by SA 2.0

Um dos momentos mais emocionantes do futebol, sem dúvidas é a cobrança de pênalti. Pouca gente sabe, mas essa regra foi criada por um cidadão da Irlanda do Norte. Mas a implantação da Regra 14 não foi tão simples assim. Conheça a curiosa e polêmica história da invenção do pênalti.

Quem não fica com os nervos à flor da pele durante uma cobrança de pênalti, principalmente quando o seu time do coração está jogando? Hoje a regra sobre o pênalti é inquestionável, mas você sabia que, no começo, muitos atletas e cartolas eram contra essa forma de penalidade?

O mais curioso é que tudo começou quando um goleiro da Irlanda do Norte resolveu criar uma forma de penalizar os defensores que agrediam atacantes rivais deliberadamente quando uma chance de gol era clara, o que era comum até então. 

Pênalti

Embora o brasileiro seja apaixonado por futebol, poucos sabem que o pênalti não existia nas regras originais. Apenas em junho de 1891 é que a penalidade máxima foi acrescentada na regra, graças ao empenho do irlandês William McCrum.

McCrum era muito conhecido como amante do esporte, participou de times de diversas modalidades e ajudou a criar equipes de futebol e críquete na região que morava, na cidade Milford, na Irlanda do Norte.

No futebol, ele atuava como goleiro e achava muito injusto ver defensores fazerem faltas violentas nos atacantes, quando estavam em situação clara de gol. Então, ele propôs uma penalidade para que o time infrator fosse, de fato, prejudicado. Isso coibiria os defensores de praticarem faltas tão violentas.

Foi então, quando ele idealizou uma cobrança de falta sem barreira, o pênalti.

Curiosamente, no começo, os inglês rejeitaram a ideia, achando que o pênalti era uma “sentença de morte” desproporcional. Em 1890, McCrum apresentou sua proposta à federação internacional da época. A regra passou a valer mesmo no ano seguinte, em junho de 1981, a Lei 14 foi acrescentada às regras da prática do futebol assim:

  • Segurar a bola e tropeçar ou segurar jogadores a 12 jardas de sua própria linha de gol resultaria em penalidade.

Curiosamente, nessa mesma reunião, que aprovou o pênalti, os participantes rejeitaram a presença de árbitros para intermediar os jogos.

Ainda assim, algumas equipes eram totalmente contra a infração. Os times mais populares da época, que se opuseram ao pênalti foram o Fry e o Corinthian, que aliás, inspirou a criação do Corinthians no Brasil.

Eles alegavam que o esporte era praticado por cavaleiros, por isso, não havia necessidade de árbitros e não acreditavam que os jogadores cometiam infrações propositais, por isso, impor uma penalidade como o pênalti era “deselegante” com os competidores.

Curiosamente, quando essas equipes sofriam o pênalti, os jogadores erravam a cobrança de propósito, como protesto. Além disso, quando eram penalizados, seus goleiros simplesmente deixavam a bola entrar.

Outro fato curioso é que, no começo, os goleiros não precisavam ficar na linha. Eles podiam, simplesmente, ficar em frente à bola. O registro mais antigo sobre uma cobrança de pênalti é de uma defesa do goleiro, em jogo entre Notts County e Stoke City, no mesmo ano em que foi implantado, em 1981.

Aos poucos o pênalti foi passando por adaptações, se estabelecendo no futebol mundial. Infelizmente, seu inventor nunca teve o reconhecimento merecido e morreu pobre e sozinho, alguns anos após a crise de 1929.

Qual a sua memória envolvendo o pênalti?

Agora, toda vez que você ver uma cobrança de pênalti vai se lembrar de McCrum, o goleiro irlandês que inventou o pênalti, foi rejeitado e morreu sem o reconhecimento que tem hoje.

Certamente, você já sentiu fortes emoções em uma cobrança de pênalti. Brasileiros mais antigos podem se lembrar do milésimo gol de Pelé, de Zico errando o pênalti na Copa de 86, ou do tetracampeonato contra a Itália em 94.

Você tem alguma memória envolvendo uma cobrança de pênalti? Compartilhe conosco nos comentários.

Author: Thiago

Mudei-me para a Irlanda 2012. Trabalho como administrador de empresas e viajo muito para a Europa com meu trabalho. Gosto de escrever e de atletismo durante minhas férias e tento visitar amigos e familiares todos os anos no Brasil.
or connect on social media below:
This site uses cookies. By continuing to browse the site you are agreeing to our use of cookies. Find out more on our privacy policy page.