Talvez você já tenha reparado, mas as placas com os nomes das ruas de Dublin têm vários estilos. Algumas são azuis, outras são verdes, algumas são escritas em alto-relevo… Ou seja, não há um padrão definido. Há casos onde uma mesma rua pode ter duas ou três placas diferentes, e o motivo pelo qual isso acontece é bem interessante, como mostra esta reportagem do Dublin InQuirer.
As primeiras placas de rua de Dublin eram feitas de madeira, de acordo com alguns desenhos do século 18. Mas, devido a fragilidade do material, não duraram muito. As placas da época eram escritas apenas em inglês.
Mais tarde, no início do século 19, surgiram as primeiras placas bilíngues, escritas em inglês e gaélico, como forma de reviver a tradição irlandesa e combater o domínio do Império Britânico. Além do idioma, as placas eram pintadas de verde, como uma forma de protesto não-violento contra o azul do Reino Unido.
Na década de 50, muitos anos após a independência, as placas adotaram a cor azul. Além disso, houve algumas mudanças no estilo da fonte, como a troca do antigo alfabeto gaélico para o alfabeto latino, e o uso de alumínio fundido ao invés de esmalte (enamel) na fabricação, assim as letras ficavam em alto-relevo.
A mudança, no entanto, não agradou todo mundo. Em 2017, um político do Partido Verde (Green Party) pediu à prefeitura de Dublin para que as placas voltassem ao estilo antigo, alegando que as fontes utilizadas foram feitas para estradas, e não para ruas, e que a cor verde representa a história de Dublin. A prefeitura, em resposta, disse que as letras são fáceis de ler e que o azul é a cor da cidade, por isso não abandonaria o estilo.
A próxima vez que estiver caminhando por Dublin, lembre-se que as placas carregam não só o nome das ruas, mas também séculos de história e rivalidade com os vizinhos britânicos.