O número de jovens que moram com os pais na Irlanda aumentou 11.2% num período de dez anos, de acordo com um estudo divulgado pela Eurofound. O aumento foi um dos maiores observados entre 2007 e 2017 na Europa, somente atrás de Luxemburgo (15.9%).
Os dados mostram que 47.2% dos irlandeses com idade entre 25 e 29 anos ainda moram com os pais, uma das taxas mais altas da Europa. O número é ainda maior em países como Croácia (73%), Grécia (69%) e Itália (64%). As menores taxas são observadas nos países nórdicos, como Finlândia (6.9%) e Dinamarca (4.3%).
Uma das explicações para o fenômeno é a crise de 2008, que fez com que muitos jovens perdessem o emprego e tivessem que voltar para casa. Em períodos de crise, os jovens são geralmente os primeiros trabalhadores a sofrerem com as demissões, já que estão há pouco tempo no mercado.
O estudo também examinou o impacto deste fenômeno no bem-estar dos jovens. Os resultados mostram que, apesar da maior segurança financeira, morar com os pais leva a níveis menores de satisfação e felicidade, especialmente entre os maiores de 25 anos.
Em resposta, um porta-voz do Sinn Féin, partido que obteve a maioria dos votos nas últimas eleições, disse que o estudo não surpreende, visto que a Irlanda passa por uma série crise de habitação, com altos preços de moradia. Eoin Ó Broin acredita que o próximo governo deve se comprometer com a construção de habitações acessíveis e com baixo custo de aluguel.
De acordo com um relatório divulgado pela Federação da Indústria de Construção da Irlanda, o preço médio de uma casa em Dublin é de €386,000.