Os irlandeses amam Guinness. As marca é responsável por cerca de um quarto de toda cerveja vendida na Irlanda, estando presente em qualquer bar, pub ou restaurante. O maior mercado da Guinness, no entanto, ainda é o Reino Unido, que tem uma população 13 vezes maior.
Isso significa que a Irlanda é o segundo país que mais bebe Guinness, certo?
Errado! Em 2007, a Nigéria ultrapassou a Irlanda e se tornou o segundo maior mercado da famosa marca de cerveja. O país foi o primeiro a receber uma fábrica da Guinness fora da Irlanda e do Reino Unido, em 1962, logo após sua independência do Império Britânico. Diferentemente de outros locais, a cerveja lá é vendida em garrafas, e não em pints ou latas como no país de origem.
A Nigéria não é o único país africano que gosta de Guinness. Camarões já é o quarto maior mercado da marca, e a cerveja também é fabricada no Quênia, Uganda e Namíbia. O mercado africano de cervejas, avaliado em 13 bilhões de dólares, já é a maior fonte de receita da Diageo, empresa dona da Guinness e de outras marcas famosas, como Johnnie Walker, Baileys e Smirnoff. Cerca de 45% de toda a produção de Guinness do mundo é vendida na África.
Como a Guinness conquistou a África
A história começa em Dublin, em 1803, quando o sr. Arthur Guinness II herdou a cervejaria do seu pai e começou a expandir o negócio para outros países – primeiro para a Inglaterra, depois para outras colônias britânicas, como Barbados, Trinidad e Serra Leoa.
As primeiras Guinness começaram a ser distribuídas no continente africano em 1827. Inicialmente, a bebida era produzida na Irlanda e exportada para a África. Mais tarde, a empresa começou a firmar parcerias com cervejarias locais para engarrafar a cerveja.
Mesmo após o colapso do Império Britânico, a Guinness permaneceu. Dois anos após a independência da Nigéria, a empresa abriu uma fábrica na capital Lagos – a primeira na África. Mais tarde, uma segunda fábrica foi aberta em Camarões, em 1970. Hoje, há mais de 13 fábricas no continente.
Ao contrário da versão irlandesa da cerveja, a Guinness Extra Foreign Stout, como é conhecida na África, é produzida com milho ou sorgo ao invés de cevada. Apesar da diferença na receita, o gosto é o mesmo.
No início dos anos 2000, a Guinness lançou uma campanha que fez muito sucesso na África, protagonizada por Michael Power, uma espécie de James Bond africano. A marca chegou a lançar, em 2003, um filme com o personagem, chamado Critical Assignment, que foi exibido nos cinemas de diversos países africanos.