Em 25 de outubro de 2025, a Irlanda elegeu Catherine Connolly como sua décima presidente, com cerca de 63% dos votos de primeira preferência, em uma disputa que acabou se resumindo a duas candidatas. Aos 68 anos, Connolly é ex-advogada e política independente de Galway, conhecida por defender inclusão social, justiça climática e uma Irlanda mais igualitária.
Histórico e perfil
Connolly iniciou sua carreira política como vereadora do Conselho Municipal de Galway e, em 2016, foi eleita deputada (Teachta Dála). Ex-integrante do Partido Trabalhista, ela deixou a sigla para seguir uma trajetória independente, baseada em ativismo comunitário e transparência pública. Durante a campanha, destacou-se como uma “presidente que ouve”, prometendo empatia e diálogo.
Controvérsias e críticas
Apesar de admirada por sua postura independente, Connolly também enfrentou críticas. Sua viagem à Síria, em 2018, gerou controvérsia por encontros com representantes ligados ao regime de Bashar al-Assad. Outros críticos lembraram seu passado como advogada em casos de execução hipotecária, o que, segundo eles, contradiz sua imagem de defensora social.
O processo eleitoral também foi alvo de questionamentos. Muitos observadores lamentaram a redução da disputa a apenas duas candidatas viáveis — Connolly e Heather Humphreys — após a desistência ou exclusão de outros nomes. O descontentamento ficou evidente no número recorde de votos anulados: mais de 200 mil cédulas foram consideradas inválidas, vistas como forma de protesto ou desilusão política.
Alinhamento político e influências
Embora independente, Connolly recebeu apoio de eleitores progressistas e setores de esquerda. Sua mensagem de igualdade, neutralidade e direitos humanos remete ao legado de ex-presidentes como Mary Robinson e Michael D. Higgins. Analistas acreditam que seu mandato combinará o simbolismo institucional do cargo com um engajamento mais ético e humanitário.
Expectativas e desafios
Connolly prometeu ser “uma presidente para todos”, usando sua influência para abordar temas como moradia, responsabilidade climática e o papel internacional da Irlanda. Embora o cargo tenha poder executivo limitado, o peso moral e simbólico da presidência pode ajudar a moldar o debate nacional — e Connolly pretende usá-lo para promover diálogo e confiança pública.
Regras eleitorais e processo
O mandato presidencial na Irlanda dura sete anos, podendo ser renovado uma vez. Os candidatos devem ser cidadãos irlandeses com pelo menos 35 anos e ser indicados por 20 membros do Parlamento (Oireachtas) ou por quatro autoridades locais. A votação ocorre pelo sistema de Voto Único Transferível (STV), que permite aos eleitores classificar os candidatos por ordem de preferência. Podem votar todos os cidadãos irlandeses com 18 anos ou mais, residentes e devidamente registrados.
A residência presidencial
A residência oficial da presidente é o Áras an Uachtaráin, localizada no Phoenix Park, em Dublin. O público pode participar de visitas guiadas gratuitas, geralmente aos sábados, que incluem os salões oficiais e os jardins. Os ingressos são distribuídos por ordem de chegada no Centro de Visitantes do Phoenix Park, e é exigida identificação com foto.
