Duas brasileiras, Geisa Arruda Lopes (37) e Elizangela Pereira da Silva (39), foram levadas à corte na Irlanda, acusadas de tráfico humano e exploração de outras brasileiras, forçando-as à prostituição em áreas rurais do país.
Promessas Falsas
Segundo as investigações, as suspeitas atraíram as vítimas para a Irlanda com promessas de empregos legítimos, mas as coagiam a se prostituir após a chegada. As mulheres eram levadas para regiões remotas, incluindo o condado de Monaghan, onde eram controladas por meio de intimidação e pressão financeira.
As acusadas compareceram perante o Tribunal Distrital de Monaghan e respondem por crimes sob a Lei de Combate ao Tráfico Humano da Irlanda (2008). A polícia irlandesa (Gardaí) iniciou as investigações após denúncias de possível exploração, o que resultou em buscas a propriedades ligadas às suspeitas.
Como o Esquema de Tráfico Funcionava
- Ofertas Falsas de Emprego: As vítimas eram recrutadas no Brasil com promessas de trabalho na Europa, mas acabavam forçadas à prostituição.
- Endividamento: Algumas mulheres eram pressionadas a pagar supostas dívidas de viagem e hospedagem, ficando presas em situações de exploração.
- Isolamento em Zonas Rurais: As acusadas mudavam as vítimas entre diferentes localidades para evitar detecção.
Contexto Mais Amplo do Tráfico de Brasileiras na Europa
Embora este caso ocorra na Irlanda, relatos da Europol e da Human Rights Watch mostram que mulheres brasileiras são frequentemente alvo de redes de tráfico na Europa. Muitas são enganadas com falsas ofertas de emprego e depois exploradas sexualmente em países como Espanha, Portugal e Itália.
Andamento do Processo
As duas suspeitas foram mantidas sob custódia enquanto as investigações continuam. As autoridades irlandesas trabalham para identificar e apoiar possíveis vítimas, além de processar os envolvidos no esquema de tráfico.
Este caso destaca a exploração contínua de migrantes vulneráveis e a necessidade de medidas mais fortes contra o tráfico humano na Europa.