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Conheça o irlandês que atravessou o oceano Atlântico sem saber nadar

damian browne
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O desejo de quebrar recordes e desafiar os próprios medos é uma característica do ser humano. Motivado a vencer seus medos, o ex-jogador de rugby irlandês Damian Browne realizou um feito inédito na última semana.

O atleta irlandês tornou-se a primeira pessoa a atravessar o Atlântico Norte sozinho em um barco a remo sem apoio. Ele saiu de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e chegou a Galway, Irlanda, depois de passar 122 dias remando 5 mil quilômetros de percurso em alto mar. Um detalhe curioso sobre o feito é que Browne não sabe nadar.

Desde que se aposentou do rugby, Browne, 42 anos, morador de Galway, iniciou uma rotina de atividades extremas, como escalar e remar. Ele explica que sua principal motivação para realizar estes desafios é manter o bom condicionamento físico e uma boa saúde mental.

O projeto

Ao iniciar seu projeto, o irlandês juntou-se a Fergus Farrell para começar os treinos em Nova Iorque. Basicamente, seus treinamentos consistiam em navegar pelo Rio Hudson e na baía de Nova Iorque, dando voltas na Estátua da Liberdade. Dessa forma, ele treinava manobras e estudava como seu bote se comportava quando grandes navios passavam próximos a ele.

Seu parceiro, Farrell, decidiu participar do projeto para desafiar a si mesmo, pois ele sofreu um grave acidente há alguns anos e precisou, inclusive, aprender a andar novamente.

A navegação

Logo no começou, a tarefa já se mostrou maior do que imaginavam. No 13º dia, Farrel passou mal e precisou ser resgatado. Daí em diante, o desafio ficou ainda maior para Browne, que precisou, em primeiro lugar, decidir se continuaria sozinho ou desistiria para planejar uma nova tentativa.

Browne decidiu continuar sozinho. Dessa forma, a expedição, que tinha como objetivo inicial bater o recorde de velocidade da travessia, passou a ter outro foco: a superação pessoal de Browne.

Além do cansaço físico, o tempo trouxe grandes desafios ao atleta, como ondas gigantes, temperaturas congelantes e a solidão durante toda a travessia.

No 24º dia, por exemplo, uma tempestade atingiu a costa Leste dos Estados Unidos e seu barco virou três vezes. Parecia que tudo indicava que Browne não deveria seguir adiante, mas o irlandês manteve seu foco.

Neste dia, os céus ficaram totalmente encobertos e durante a noite ele não tinha nenhum tipo de guia, como a lua ou estrelas. Ele relata que mal conseguia enxergar a ponta de sua embarcação de 6,2 metros. Navegando sem ter a certeza que estava indo na direção correta foi outro desafio que ele não esperava ter que enfrentar.

Ele diz que, além de superar as dores físicas, manter a saúde mental em dia também foi um grande desafio, principalmente, após a saída de seu parceiro. Em alguns trechos, ele diz que precisou exercitar muito a sua mente, mantendo-se calmo e focado em seu objetivo.

Ele remava cerca de onze horas por dia e se alimentava de comidas desidratadas, consumindo 10 mil calorias por dia. Para beber água, ele levou consigo um pequeno acessório que permite dessalinizar a água do mar.

Ao chegar em Galway, quando o desafio parecia próximo ao fim, mais uma desagradável surpresa. Faltando poucos metros para chegar às docas da cidade, as fortes ondas jogaram seu bote em direção às pedras e ele precisou ser resgatado para não sofrer um grave acidente. Assim, ele concluiu seu desafio.

O novo herói Irlandês

Recepcionado como herói nacional, e não é para menos, Browne dedicou sua conquista à sua esposa e filha de um ano.

Em entrevista à imprensa, o herói irlandês disse que estava ansioso para poder dormir em uma cama, comer bem e poder ir ao banheiro normalmente, pequenos luxos que só sentimos faltas em situações extremas, como a travessia que ele superou.

Author: Thiago

Mudei-me para a Irlanda 2012. Trabalho como administrador de empresas e viajo muito para a Europa com meu trabalho. Gosto de escrever e de atletismo durante minhas férias e tento visitar amigos e familiares todos os anos no Brasil.
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