A Tesco lançou, na última semana, uma campanha para suspender a compra de carnes brasileiras em resposta ao crescente desmatamento da Amazônia. A rede de supermercados foi pressionada pelo Greenpeace a cortar ligações com a JBS, maior produtora de carnes do mundo e dona de marcas como Friboi e Seara. A empresa, que é brasileira, está sendo acusada de graves crimes ambientais e pode estar colaborando com a destruição da floresta.
Em nota oficial, a Tesco disse que, desde 2018, não compra mais carnes do Brasil, tornando-se o primeiro supermercado do Reino Unido a tirar a carne brasileira das prateleiras. Segundo eles, toda a carne vendida nas lojas atualmente é produzida na Irlanda e no Reino Unido. A empresa também disse que está trabalhando para eliminar toda a soja produzida em regiões com desmatamento da sua cadeia de produção, e doou 10 milhões de libras para uma fundação de proteção ao cerrado brasileiro.
“Nós todos vimos as imagens terríveis da Amazônia queimando no último ano. Incêndios usados para limpar a terra estão destruindo habitats preciosos como a floresta brasileira. Isso precisa parar. É por isso que apoiamos o objetivo do Greenpeace de parar com o desmatamento da Amazônia. É por isso que a Tesco não compra carne do Brasil”, disse o CEO Dave Lewis.
Em maio, a Tesco foi uma das mais de 40 empresas européias que ameaçaram boicotar produtos brasileiros caso a lei 2.633/2020, conhecida como a “Lei da Grilagem”, fosse aprovada pelo Congresso Brasileiro. A lei, que foi apoiada pelo próprio presidente, poderia levar a um aumento do desmatamento na Amazônia.
Dados do INPE mostram que o desmatamento aumentou 85% em 2019 em comparação com o ano anterior, e a situação pode ser ainda pior em 2020.